O sul do Espírito Santo ficou movimentado durante o mês de março e permanecerá durante todo o ano. Uma equipe de estudantes e adolescentes do município de Muqui, motivada pelo espírito artístico, iniciou nestas últimas semanas as gravações do terceiro longa metragem intitulado A Herança. Os adolescentes, que no carnaval de 2009 inovaram ao montar uma tenda alternativa de cinema no tradicional Carnaval Folclórico do município, pretendem continuar envolvidos na área audiovisual e jornalística.
“Desde o ano passado estamos envolvidos com esse tipo de trabalho que vem ganhando grande aceitação no município e nas localidades próximas”, explica Mariana Candido, de 18 anos que atua na produção dos filmes. Os vídeos são feitos e captados numa pequena câmera digital de alta qualidade e editado em programas simples de computador. O resultado surpreende pela qualidade e criatividade. “O texto e a atuação emocionam, mas o que mais chama a atenção do público é a qualidade. Ninguém acredita que os vídeos são feitos com câmera fotográfica”. Afirma Léo Alves, diretor e editor dos últimos filmes.
Na verdade, toda a equipe é envolvida de uma forma geral. No mesmo tempo em que são roteiristas, são figurinistas, produtores e atores. Léo Alves, que em 2008 participou do Geração Futura (projeto do Canal Futura) e escreveu um artigo no site do mesmo canal, diz que a colaboração de pessoas e instituições também são extremamente importantes. “Contamos com a colaboração de pessoas que, voluntariamente, querem participar, se aventurar de alguma forma”, diz ele.
Em dezembro do ano passado, os estudantes lançaram o longa de natal “A Estrela Perdida”, que teve uma enorme aceitação no município e, até mesmo no estado, com cobertura da Tv Gazeta e mídia local. Os vídeos e os artigos estão todos disponíveis na internet, mais precisamente nos blogs dos filmes produzidos pelos adolescentes.
O atual filme traz consigo uma história dramática e remonta as décadas de 40 e 20. As últimas gravações aconteceram na cidade de Muqui e também em cidades próximas como Domingos Martins. “Gravamos em Pedra Azul e no Aroso Paço Hotel, que possui uma arquitetura clássica”, explica Mariana. “As próximas gravações serão feitas no próprio município, que fornece um sítio histórico rico servindo como pano de fundo para a história fictícia” conclui a produtora.
Os figurinos e complementações foram adaptados para a época e a equipe aproveitou roupas do acervo pessoal dos próprios artistas e empréstimos de roupas antigas com pessoas do município de Muqui. Algumas roupas, até, foram adquiridas em bazares e os chapéus foram todos confeccionados pela produção artística. A equipe se resume, basicamente a poucas pessoas. São, no máximo, dez pessoas que se dividem em tarefas como patrocinadores, ajudantes, diretores, produtores e figurinistas. Porém, não há uma divisão definida. Leandra Passine de 43 anos, por exemplo, sentiu-se encantada com o trabalho dos adolescentes e, atualmente, é atriz e colaboradora dos trabalhos. Sua filha, Amanda, de 13 anos, também acompanha os projetos e é atriz desde o segundo longa metragem.
O termômetro dos trabalhos, filmes e curtas metragens produzidos por eles, é a reação do público. “Em 2009, montamos, com muito esforço, uma tenda alternativa de cinema no meio da praça central da cidade em pleno carnaval de bois pintadinhos. Era o 1º Carna Curta. Exibimos longas metragens e curtas através de um telão. A gente procurou fazer uma divulgação dos trabalhos e mostrar uma diversidade de culturas expressa no próprio município”. Explica Léo que, juntamente com a equipe, sofreram oposição por parte, até, das pessoas envolvidas com cultura da cidade. “É muito triste constatar que, numa cidade que é berço de cultura, há uma barreira cristalina que impede que outras formas de cultura se prevaleçam ou, simplesmente compartilhem dos mesmos direitos e formas de expressão. A sociedade quer, sim, uma cultura diversificada e que gere opções” complementa Mariana Candido.
O grupo se fortalece a cada dia e se destaca no cenário regional. Muitos são os curiosos que querem saber informações e participar de alguma forma. Mariana Candido diz que há lugar para todos. Mesmo com grandes desafios e falta de apoio, os estudantes fazem planos, criam metas, realizam projetos e continuam empenhados em fazer arte e gerar cultura. “A expressão das pessoas, os risos, as lágrimas e as críticas que nossos filmes geram nutre a vontade de planejar e realizar”, declara Léo.
O filme ainda não tem data certa para ser exibido, mas as cenas estão e continuarão sendo gravadas durante o ano de 2009. O jeito é aguardar. Enquanto isso, podemos, sim, acompanhar os trabalhos, aventuras e as artimanhas desses adolescentes pelo sul do estado.
Blog do filme: http://www.filmeaheranca.blogspot.com/
“Desde o ano passado estamos envolvidos com esse tipo de trabalho que vem ganhando grande aceitação no município e nas localidades próximas”, explica Mariana Candido, de 18 anos que atua na produção dos filmes. Os vídeos são feitos e captados numa pequena câmera digital de alta qualidade e editado em programas simples de computador. O resultado surpreende pela qualidade e criatividade. “O texto e a atuação emocionam, mas o que mais chama a atenção do público é a qualidade. Ninguém acredita que os vídeos são feitos com câmera fotográfica”. Afirma Léo Alves, diretor e editor dos últimos filmes.
Na verdade, toda a equipe é envolvida de uma forma geral. No mesmo tempo em que são roteiristas, são figurinistas, produtores e atores. Léo Alves, que em 2008 participou do Geração Futura (projeto do Canal Futura) e escreveu um artigo no site do mesmo canal, diz que a colaboração de pessoas e instituições também são extremamente importantes. “Contamos com a colaboração de pessoas que, voluntariamente, querem participar, se aventurar de alguma forma”, diz ele.
Em dezembro do ano passado, os estudantes lançaram o longa de natal “A Estrela Perdida”, que teve uma enorme aceitação no município e, até mesmo no estado, com cobertura da Tv Gazeta e mídia local. Os vídeos e os artigos estão todos disponíveis na internet, mais precisamente nos blogs dos filmes produzidos pelos adolescentes.
O atual filme traz consigo uma história dramática e remonta as décadas de 40 e 20. As últimas gravações aconteceram na cidade de Muqui e também em cidades próximas como Domingos Martins. “Gravamos em Pedra Azul e no Aroso Paço Hotel, que possui uma arquitetura clássica”, explica Mariana. “As próximas gravações serão feitas no próprio município, que fornece um sítio histórico rico servindo como pano de fundo para a história fictícia” conclui a produtora.
Os figurinos e complementações foram adaptados para a época e a equipe aproveitou roupas do acervo pessoal dos próprios artistas e empréstimos de roupas antigas com pessoas do município de Muqui. Algumas roupas, até, foram adquiridas em bazares e os chapéus foram todos confeccionados pela produção artística. A equipe se resume, basicamente a poucas pessoas. São, no máximo, dez pessoas que se dividem em tarefas como patrocinadores, ajudantes, diretores, produtores e figurinistas. Porém, não há uma divisão definida. Leandra Passine de 43 anos, por exemplo, sentiu-se encantada com o trabalho dos adolescentes e, atualmente, é atriz e colaboradora dos trabalhos. Sua filha, Amanda, de 13 anos, também acompanha os projetos e é atriz desde o segundo longa metragem.
O termômetro dos trabalhos, filmes e curtas metragens produzidos por eles, é a reação do público. “Em 2009, montamos, com muito esforço, uma tenda alternativa de cinema no meio da praça central da cidade em pleno carnaval de bois pintadinhos. Era o 1º Carna Curta. Exibimos longas metragens e curtas através de um telão. A gente procurou fazer uma divulgação dos trabalhos e mostrar uma diversidade de culturas expressa no próprio município”. Explica Léo que, juntamente com a equipe, sofreram oposição por parte, até, das pessoas envolvidas com cultura da cidade. “É muito triste constatar que, numa cidade que é berço de cultura, há uma barreira cristalina que impede que outras formas de cultura se prevaleçam ou, simplesmente compartilhem dos mesmos direitos e formas de expressão. A sociedade quer, sim, uma cultura diversificada e que gere opções” complementa Mariana Candido.
O grupo se fortalece a cada dia e se destaca no cenário regional. Muitos são os curiosos que querem saber informações e participar de alguma forma. Mariana Candido diz que há lugar para todos. Mesmo com grandes desafios e falta de apoio, os estudantes fazem planos, criam metas, realizam projetos e continuam empenhados em fazer arte e gerar cultura. “A expressão das pessoas, os risos, as lágrimas e as críticas que nossos filmes geram nutre a vontade de planejar e realizar”, declara Léo.
O filme ainda não tem data certa para ser exibido, mas as cenas estão e continuarão sendo gravadas durante o ano de 2009. O jeito é aguardar. Enquanto isso, podemos, sim, acompanhar os trabalhos, aventuras e as artimanhas desses adolescentes pelo sul do estado.
Blog do filme: http://www.filmeaheranca.blogspot.com/
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