quinta-feira, 16 de setembro de 2010


Um luxuoso café da manhã!

E a gente não para! Gravamos hoje as cenas de um rico café da manhã na fazenda Santa Rita, aqui da região. A intenção da cena é demonstrar a fartura da família nos mínimos detalhes, inclusive os momentos mais naturais. Contamos com a colaboração do Kesya’s Buffet. As roscas, pães e bolinhos foram comprados por nós e o figurino desta cena mesclou roupas atuais (que se adéquam ao visual antigo) e roupas do acervo do filme, emprestadas ou compradas em bazares.

Uma história de neta e avó

“A Herança” é uma simulação ficcional da história de uma rica avó e uma neta órfã. Acostumada sempre no luxo e na fartura ao lado da avó, a neta cresceu com grandes sonhos, alimentados e estimulados pela própria avó. Com o passar do tempo, a neta foi crescendo e suas ambições pessoais aumentando. Sonhava em usufruir todos os bens da família, herdar o dinheiro, viajar.

Para a surpresa de todos e da própria neta, nada havia sido deixado no testamento. A neta teve de começar a viver num velho palacete que pertencera à avó no passado. Na mansão, tida como mal assombrada por muitas pessoas, e neta viverá as piores mazelas, entrará em contato consigo mesma, viverá desesperada, triste, sem rumo, sem destino.



Mais algumas fotos...


O funeral

Gravamos nesta semana as cenas do funeral da avó. As cenas foram rodadas na fazenda Santa Rita, em Muqui – Espírito Santo. O figurino da neta estava impecável, do jeito que eu imaginara. Construímos o chapéu com palha pintada, tecidos de vários tipos na cor preta, detalhes em miçangas e cetim.

A cena precisava ser bem carregada, e assim foi o figurino. Ainda no chapéu, penas e plumas negras. Tule sobre o rosto da atriz (Manuela Guarçoni), e um vestido adaptado. Colocamos uma renda sobre o pescoço pois o vestido era muito decotado para a época.

Na cena o que mais valia era a expressão já que não haviam falas algumas, era a neta fazendo uma última despedida a avó.

Quero agradecer a Mariana que me ajudou muito neste dia, à Leandra, à Amanda Falcão, Jussan Silva e Manuela Guarçoni.








Um caixão e muitas histórias

Foi com luta árdua, suor e muita oração que conseguimos o empréstimo de um caixão. Foi difícil porque, por incrível que pareça, na cidade só há uma empresa funerária. Estamos falando de uma cidade de aproximadamente 13 mil habitantes, cidade histórica, pacata. Para completar, a dona da funerária é uma senhora rabugenta, fechada, sem perspectiva, sem idéias. Mas não íamos desistir fácil. Caso ela não alugasse ou me emprestasse, teria que procurar alternativas para a cena do funeral da avó (que acontece durante a história). Mas eu não conseguiria desapegar fácil a idéia. O caixão era peça fundamental na cena que já estava toda na cabeça a um tempão.

Chamei um amigo para me acompanhar até a funerária da tal Maria Carmem para pedirmos o empréstimo ou o aluguel. A mulher é realmente insuportável. Quis saber de quem éramos filhos, onde morávamos. O que isso ia interferir no processo? O que os meus pais tinham a ver com toda a situação? O que a minha linhagem ia interferir no aluguel de um caixão? Tivemos que engolir muita coisa, a começar pela ignorância da própria velha. Por dentro, eu rezava, por fora eu suava.

A mulher parecia nos deixar aflito a cada pausa que fazia entre uma fala e outra. Ela não dizia nada com nada! Estava nos enrolando. E ainda preferia atender outros clientes enquanto esperávamos como dois de paus o seu veredicto final.

Acho que as orações funcionaram e todos os santos fãs do cinema nacional colaboraram. A velha emprestou um dos caixões da sua funerária para a nossa gravação. De graça!! Agradecemos muito. Mas sua cara continuava fechada, nenhum sorriso. Fiquei a pensar: que mulher amargurada!

Vou terminando aqui este post. Tenho que ir atrás de alguém que possa carregar o caixão até a fazenda Santa Rita, local onde acontecerá a cena do funeral da avó.

Abraços!

Léo Alves

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